Badi e Toquinho. Divinos!

O amor é uma agonia, vem de noite, vai de dia...é uma alegria, e de repente...uma vontade de chorar...Né não, Badi?!

Na idade em que a certeza caduca

Na idade aquela em que a certeza caduca (viva Drexler!), é que inauguro esse espaço...assim, na pretensão despretensiosa de  guardar e realçar emoções, sentimentos, palavras, visões, imagens, sons, docs, filmes, para que durem um pouco mais que oito segundos...

Mas, "o que é" e "para quê" um blog? Não sou poetisa, não sou escritora, não sou cineasta, não sou
musicista...deveria pois me sentir envergonhada pelo atrevimento da expressão de sabe-se-lá-o-que-vai-ser-isso? Talvez sim. Egoisticamente admito que essa ferramenta pode ser   uma tentativa de driblar as noites insones, sufocantes pelas regras dos espaços ritualizados do dia-a-dia de "se ser".

Poderia usar o Facebook para tal intento? Não sei... a ditadura  facebooquiana me irrita...  A confusão de espaços me tira do sério. O exibicionismo da vida cotidiana, seja ela interessante ou entediante, assim, tão explícito, me nauseia. Poder acessar e ser acessado por colegas de colegas de amigos seus, tão facilmente, é pouco estimulante. Acho até que está faltando alguém fazer uma leitura foucaultiana do facebook. Ok, já deve haver extensa produção bibliográfica sobre isso...  Não seria  o FB  um confessionário (desejado), que pode ser pensado como um substitutivo moderno da igreja e da terapia?  Ele pergunta: "Em que está pensando"? Ou "ordena" "divertidamente": "diga para os seus amigos o que está sentido". E as pessoas dizem!! E mistura-se política com literatura com expressão de sentimentos e até de sensações corporais. E fotos. Muitas fotos. A maioria sorrindo. No melhor ângulo. Felizes (?).  E esquecendo-se dos 1530 amigos que foram adicionados, publicam-se "posts" da mais guardada intimidade. Roupas sensuais, ombros de fora, biquinis, tatuagens, olhares sensuais para todos que em algumas ocasiões não seriam eleitos para tal exibição. E as pessoas "postam" de casa, do trabalho, do ônibus, do metrô, e até do banheiro. Assim, informam seu passos e tentam preencher suas vidas e são "curtidas" e dessa forma recompensadas. Dizem coisas tais como: "Lendo trabalho", "arrumando casa", "com diarréia hoje", "chateada com o namorado", "acabei de fazer um peixe com batata", "divulgando cães para adotar"," vejam essa nova canção" ...  exemplos de como os sujeitos, inseridos em diferentes classes sociais,  revelam fragmentos de suas próprias histórias cotidianas (o que seria/pode ser louvável se algumas vezes  não fosse patético).  E, embora com muitas diferenças a serem observadas, esse comportamento tem se dado entre mulheres e homens. Controlados e controladores da vida alheia...

Diferente do meu FB (?!), pretendo (talvez) com esse espaço dizer coisas que, por contenção, não digo lá... Não só porque "lá" tem muita gente me olhando, mas sobretudo porque quem me olha lá talvez não tenha interesse em ver o desejo escrever "aqui"...  Ou, invertendo o pensamento, talvez eu não queira exibir lá o que ousarei trazer para cá.  Acho que encontrei um primeiro e valioso sentido (para mim): a busca de  sentidos. Que, como tudo na vida, pode ser mudado a qualquer instante...

Me comunico, pois, nesse primeiro momento, através de um video bonito, que traz as Orquídeas do Brasil interprerando a música "Milágrimas", de Itamar Assumpção. Sábio e sábias. Mulheres lindas. Voz e  cenários de uma natureza ímpar e de um "tempo" invejável. "Em caso de dor, vá ao cinema, mude o corte de cabelo. Porque a cada milágrimas sai um milagre. Ninguém sabe o que procura"....

Receitinha básica de momentículos de felicidade...

Salve a nossa capacidade de lembrar e de esquecer o que já foi muito lembrado.

Abaixo, as Orquídueas e o documentário sobre este que foi um compositor genial, e pouco conhecido cá entre nós cariocas. (Porque esse espaço vai ser isso. Egoisticamente falando, espero que seja bom para algum desavisado/avisado que se perder por aqui. Pra mim já está sendo ...)